Perdido nas disputas internas, o PT nunca conseguiu se projetar como alternativa popular no estado que seguidamente dá as maiores votações para Lula e seus indicados. A existência do partido só é lembrada nas articulações pré-eleitorais, devido o tempo de propaganda que carrega, e, vez ou outra, pelos mandatos que alguns filiados conquistam.
Hoje o partido tem um único prefeito em 217 municípios, filho de um ex-prefeito. Um dos 42 deputados estaduais, que passou pela direção do Incra para se viabilizar. Um dos 18 deputados federais, que antes passou pela direção da Caixa.
Enquanto outros partidos se preparam para tentar ampliar suas forças no ano que vem, há petistas que preferem derrubar as poucas exceções que ainda conseguiram representatividade e não é a primeira vez que se busca filiar agentes externos com esta intenção.
A cambalhota que o secretário de Educação do estado pretende dar do DEM para o PT é uma ótima jogada para si e para o vice-governador Carlos Brandão, mas péssima para a reeleição do deputado Zé Carlos, e é o desejo de tirá-lo de Brasília que faz com que alguns petistas apoiem sua filiação.
Na lógica de guerra interna, vale mais eleger alguém que não se sabe para aonde vai depois da eleição do que permitir a vitória de quem tem representado o partido na Câmara Federal nos bons e nos maus momentos, tem inserção na militância e nos movimentos sociais espalhados pelo estado.
Que não haja engano: Felipe Camarão é um bom secretário de Educação. Deverá ser um bom deputado federal, mas há outros 15 partidos na base aliada do governador pelos quais ele pode concorrer a este mandato. Se tivesse afinidade ideológica com o PT, ele não estaria no DEM. Ao escolher agora essa troca de partido ele já entra se permitindo ser utilizado numa briga que não tem trégua e que não permite paz, nem a ele mesmo.
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