Pular para o conteúdo principal

O Jogo Agora É Outro



A decisão monocrática do ministro Roberto Barroso, que absolveu a ex-prefeita Ducilene Belezinha da acusação de compra de votos, ainda pode ser revertida no plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas as consequências políticas já são sentidas na cidade.

Aquela ruma de pré-candidatos que apostava num cenário arejado, sem Belezinha e sem Magno, já não demonstra empolgação em ficar no meio da “nega” que eles devem disputar no ano que vem (como candidatos ou cabos eleitorais)

Ela o derrotou em 2012, ele empatou em 2016 e ninguém parece ter força para evitar uma nova polarização. Nos casos anteriores, a vitória foi de quem estava fora do poder. Ele teve a maior derrota em número de votos (5.361) e ela teve o menor percentual de votos de um candidato a reeleição já recebeu em Chapadinha (38,7%).

Pela lógica, a favorita é Belezinha. Em 2018 ela se tornou a candidata a deputada estadual mais bem votada da história do município (12.403 votos) e conta com a rejeição do governo atual para ajudar as pessoas a esquecerem os motivos que a fizeram ser escorraçada da Prefeitura.

Por outro lado, Magno não está morto. Ele foi o único prefeito que já conseguiu se reeleger por aqui (em 2004) e, com a máquina na mão, é quem tem condições de enfrentá-la. Para isso, contudo, ele terá três tarefas vitais que se interlaçam: Governar, informar e unir.

O primeiro é mais fácil. Mesmo quem faz oposição tem dificuldade de dizer que o governo não tem trabalhado. A Maternidade era principal promessa de campanha e foi inaugurada com 3 meses de gestão, UPA reaberta com recurso próprio, muito asfalto em vários bairros, rodoviária e Hapa com ótimas reformas. Se parte do recurso da cessão onerosa for destinada para resolver o problema da iluminação pública, a gestão pode reverter o desgaste acumulado.

Só que Belezinha tinha uma gestão bem avaliada e foi derrotada pela rejeição pessoal que acumulou. Para evitar o mesmo fenômeno, Magno precisa usar o carisma pessoal que tem para se comunicar com o povo de maneira eficiente e profissional, mas só conseguirá fazer isso se parar de tratar a Secretária de Comunicação como a Secretaria de Saúde era tratada no governo Danubia.

Por fim: o prefeito precisará reunificar a ampla coligação que o elegeu em 2016, depois de ter passado o governo todo descumprindo os acordos com os principais aliados. Mas este é um desafio tão difícil que tratarei dele em texto específico.

Olhando de hoje, parece que em janeiro de 2021 teremos funil de volta: filha de prefeita na folha de pagamento, empresa da família fornecendo para a Prefeitura, traições, vinganças e perseguição para todo lado. Não me espantaria se Magno voltasse como salvador em 2024, e Belezinha em 2028, e Magno em 2032, e Belezinha em 2036...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BELEZINHA ASFALTOU ATÉ O CAMINHO PARA A REELEIÇÃO

Passada a eleição estadual, o único grupo vencedor em Chapadinha foi o que já ocupa a Prefeitura. O resto se dividiu entre sobreviventes, humilhados e aposentados. Após ter sido a candidata a deputada estadual mais votada da história do município em 2018, com 12.403 votos, Belezinha alargou o recorde com os 18.548 votos de Aluizio Santos, elegendo-o para o cargo e vendo os adversários absolutamente perdidos. Se na eleição anterior os demais grupos se dividiram em 8 candidaturas acima da faixa de 500 votos, somando 17.752, desta vez foram 11 candidaturas e apenas 15.109 votos. A pulverização e o desempenho fraco já demonstram que a oposição teria dificuldade de derrotar a prefeita mesmo se conseguisse uma improvável união para 2024. Entre os derrotados da eleição destacam-se os ex-prefeitos. Dr. Magno Bacelar passou pelo segundo constrangimento seguido (e desnecessário) sem conseguir mais do que 679 votos para Adriano Sarney e Isaías Fortes, que ficou aquém do prometido a Davi Bra

RECIBO: Após Onda Rosa, Belezinha parte para o ataque contra Thaiza

Se alguém tinha dúvida sobre incômodo da prefeita Belezinha com a candidatura da deputada Thaiza Hortegal, acabou hoje. Bastou passar a ressaca pelo sucesso da Onda Rosa que seus aliados inundaram os grupos de WhatsApp com um áudio editado do final do evento que parou a cidade. A preocupação não é pra menos. Seu candidato a deputado estadual tinha a ilusão que seria o único nome da cidade disputando os votos chapadinhense e contava com isso para conquistar uma das 42 vagas da Assembleia Legislativa. Em recente reunião com apoiadores, chegaram a afirmar que ele precisava sair do município com 20 mil votos! Se depender disso, os concorrentes do PL podem comemorar. A disputa em Chapadinha será acirrada e polarizada entre Thaiza e Aluízio. Ele disputa sua primeira eleição, ela já vem com o histórico de uma deputada de mandato. Foi a sétima mais votada do estado, com 51.895 espalhados em 213 dos 217 municípios. Essa disputa está só começando!

"THAIZA É UMA SOBREVIVENTE", DISSE MÉDICA A LUCIANO GENÉSIO

A deputada estadual Dra. Thaiza Hortegal (PDT) voltou às atividades legislativas e usou a tribuna na última terça-feira (24) para testemunhar sobre as últimas semanas na luta pela vida após ser diagnosticada e hospitalizada com urgência devido à insuficiência renal aguda. Inicialmente internada em São Luís, a parlamentar depois foi transferida para São Paulo, onde foi realizada uma investigação mais profunda do seu quadro clínico, considerado grave. Para a Dra. Thaiza, o momento mais difícil foi ouvir os relatos da médica nefrologista que acompanha o seu caso. "O prefeito Luciano estava me acompanhando com o meu filho João e enquanto a médica relatava o caso, todas as causas e consequências, os riscos que eu passei, confesso que eu não prestava atenção, passava um filme na cabeça de tudo. A COVID, a implantação da prótese na perna. Olhei pra a cara do meu filho quando ela disse: Luciano, a Thaiza é uma sobrevivente. Isso foi muito difícil pra mim", relatou a deputada. D