O ministro Gustavo Bebianno não
está sendo demitido por ter operado o esquema do PSL para desviar dinheiro
público por meio de candidaturas laranjas quando presidiu o partido
nacionalmente. Se este fosse o motivo, o ministro do Turismo Marcelo Álvaro
Antônio também seria exonerado por ter feito a mesma coisa na presidência do
partido em Minas Gerais.
A diferença é que Marcelo
Álvaro Antônio é uma figura periférica do governo e Bebianno é uma peça relevante
da disputa de poder entre as alas que tentam influenciar o presidente e sua
administração.
Liberais e militares da gestão
tentaram evitar a exoneração porque a queda de Bebianno é uma vitória de Carlos
Bolsonaro, um dos filhos tresloucados do presidente. Quanto mais fortes estiverem
os filhos, mais fraca estará a ala do governo que pensa, e da qual estamos reféns pelos próximos 3 anos e 10 meses.
O ministro demitido agora só
tem uma maneira de fazer sua demissão ser proveitosa para o país: dizer tudo
que sabe sobre o financiamento das campanhas do PSL, inclusive do presidente
que o demitiu.
Foto: Roque de Sá/Agência Senado
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