Pular para o conteúdo principal

A arca da muié ou a canoa furada dos cachorros grandes?

Chapadinha é uma cidade sem sorte ou sem juízo. Escrevi há pouco mais de um mês que a nossa tarefa em 2016 seria derrotar a prefeita Belezinha com algo melhor, mas fui surpreendido com a resposta: candidaturas de pessoas honestas e honradas devem ser gentilmente ignoradas. 

Em seguida veio uma lista com as opções que podem ser levadas em alguma consideração para enfrentar a prefeita, os cachorros grandes. Sejamos sinceros, entre esses, os que não estão inelegíveis são (muito) piores do que Belezinha. 

Ainda assim, para meu desencanto, a maior parte da oposição decidiu que a tarefa é derrotá-la a qualquer custo, mesmo que seja para colocar em seu lugar alguém com os mesmos ou piores defeitos que ela tem. Quem vai se arvorar de coerente depois de passar quatro anos acusando Belezinha de corrupta e terminar votando no "deputado fantástico"? Ou, em nome dos professores e demais trabalhadores, votando em quem deixou os salários atrasados? Ou ainda acusando a prefeita de autoritária e desrespeitosa pra terminar votando no deputado coronel?

Num momento em que avançam as forças de direita e conservadoras em todo o Brasil, são  essas as opções que temos para apresentar a Chapadinha?

Ora, não é de se admirar que tenhamos perdido lideranças e tantas pessoas já tenham decidido "entrar na arca da muié", mesmo sem a prefeita ter tido a humildade até aqui de reconhecer os erros cometidos, que não são poucos. É fácil acusar quem fez outra opção das piores coisas, difícil é reconhecer que, na disputa entre o ruim e o pior, Belezinha vai se consolidando como favorita para a eleição do ano que vem, não pelas obras que tem realizado, mas porque a oposição abusa do direito de errar. Enquanto ela, do seu jeito, tenta acertar o compasso, nós não sabemos nem que música está tocando.

Da forma como as coisas estão sendo construídas, não é apenas difícil ver os diferentes grupos se unindo para eleição, é impossível imaginar permanecermos unidos depois da vitória. Em menos tempo, a briga será pior do que aquela que gerou o racha entre a prefeita e seu maior cabo eleitoral. 

Há meses venho alertando para esses descaminhos que a oposição tomou e nenhuma correção foi feita. Não tenho feito oposição a Belezinha durante esses anos (tendo feito as mais graves e documentadas denúncias que essa administração sofreu) para terminar sendo chefiado por quem nada tem a haver com o tipo de oposição que fizemos até aqui, ou que eu acreditava que estávamos fazendo.

Me desculpem se falta diplomacia nas minhas palavras, mas digo o que outros também pensam. Esses outros, com a ilusão de que a união da oposição pode se dar em torno de si, mantém as palavras amenas, não vetam ninguém, dizem que podem votar em qualquer um. Eu, sem pretensões pessoais, tenho a liberdade de dizer o que desagrada aos dois lados desse debate: Em 2016, mais uma vez, a opção será de redução de danos e com os olhos voltados para 2018 e 2020.

Onde foi que eu errei?

Não posso me limitar a reclamar sem admitir que também tenho culpa por essa perda de rumo. Já tive força suficiente dentro da oposição para falar sem ser ignorado, mas tomei decisões erradas em momentos errados, principalmente no que diz respeito à candidatura a deputado que me vi obrigado a lançar, mas, pelo menos, essa decisão serviu para mostrar que não devo obediência a ninguém, não tenho chefe político, não faço política onde não sou respeitado e tenho coragem para enfrentar qualquer desafio, inclusive mais uma candidatura. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BELEZINHA ASFALTOU ATÉ O CAMINHO PARA A REELEIÇÃO

Passada a eleição estadual, o único grupo vencedor em Chapadinha foi o que já ocupa a Prefeitura. O resto se dividiu entre sobreviventes, humilhados e aposentados. Após ter sido a candidata a deputada estadual mais votada da história do município em 2018, com 12.403 votos, Belezinha alargou o recorde com os 18.548 votos de Aluizio Santos, elegendo-o para o cargo e vendo os adversários absolutamente perdidos. Se na eleição anterior os demais grupos se dividiram em 8 candidaturas acima da faixa de 500 votos, somando 17.752, desta vez foram 11 candidaturas e apenas 15.109 votos. A pulverização e o desempenho fraco já demonstram que a oposição teria dificuldade de derrotar a prefeita mesmo se conseguisse uma improvável união para 2024. Entre os derrotados da eleição destacam-se os ex-prefeitos. Dr. Magno Bacelar passou pelo segundo constrangimento seguido (e desnecessário) sem conseguir mais do que 679 votos para Adriano Sarney e Isaías Fortes, que ficou aquém do prometido a Davi Bra

RECIBO: Após Onda Rosa, Belezinha parte para o ataque contra Thaiza

Se alguém tinha dúvida sobre incômodo da prefeita Belezinha com a candidatura da deputada Thaiza Hortegal, acabou hoje. Bastou passar a ressaca pelo sucesso da Onda Rosa que seus aliados inundaram os grupos de WhatsApp com um áudio editado do final do evento que parou a cidade. A preocupação não é pra menos. Seu candidato a deputado estadual tinha a ilusão que seria o único nome da cidade disputando os votos chapadinhense e contava com isso para conquistar uma das 42 vagas da Assembleia Legislativa. Em recente reunião com apoiadores, chegaram a afirmar que ele precisava sair do município com 20 mil votos! Se depender disso, os concorrentes do PL podem comemorar. A disputa em Chapadinha será acirrada e polarizada entre Thaiza e Aluízio. Ele disputa sua primeira eleição, ela já vem com o histórico de uma deputada de mandato. Foi a sétima mais votada do estado, com 51.895 espalhados em 213 dos 217 municípios. Essa disputa está só começando!

"THAIZA É UMA SOBREVIVENTE", DISSE MÉDICA A LUCIANO GENÉSIO

A deputada estadual Dra. Thaiza Hortegal (PDT) voltou às atividades legislativas e usou a tribuna na última terça-feira (24) para testemunhar sobre as últimas semanas na luta pela vida após ser diagnosticada e hospitalizada com urgência devido à insuficiência renal aguda. Inicialmente internada em São Luís, a parlamentar depois foi transferida para São Paulo, onde foi realizada uma investigação mais profunda do seu quadro clínico, considerado grave. Para a Dra. Thaiza, o momento mais difícil foi ouvir os relatos da médica nefrologista que acompanha o seu caso. "O prefeito Luciano estava me acompanhando com o meu filho João e enquanto a médica relatava o caso, todas as causas e consequências, os riscos que eu passei, confesso que eu não prestava atenção, passava um filme na cabeça de tudo. A COVID, a implantação da prótese na perna. Olhei pra a cara do meu filho quando ela disse: Luciano, a Thaiza é uma sobrevivente. Isso foi muito difícil pra mim", relatou a deputada. D