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Lembremos a lição do velho guerreiro |
...se trumbica, dizia Chacrinha.
É impressionante a incompetência do governo Dilma e do próprio PT na área da comunicação.
Há um levante neoconservador em curso sem nenhuma resposta a altura. Com o partido recuado na disputa pela sociedade desde a crise do mensalão a direita faz essa disputa formando opinião, inclusive da massa que foi agregada ao mercado de consumo durante o governo popular, com figuras como Rachel Sheherazade, Silas Malafaia, Danilo Gentili, sem contar os de sempre, como Miriam Leitão, William Waack, Arnaldo Jabor e por aí vai.
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Reeleita pelo projeto político |
O PT mantém boa parte do eleitorado e Dilma deve até ser reeleita, mas sob um desgaste enorme porque tem perdido debates importantes por pura inépcia. Os dois maiores exemplos são a Petrobras e a Copa do Mundo.
Petrobras
Como pode o governo popular ser derrotado no debate sobre a Petrobrás?! Talvez os mais jovens (do que eu) não lembrem, mas a empresa estava desmoralizada, com vários incidentes estruturais e a ponto de ser mudado o nome para ser privatizada antes de Lula assumir a Presidência da República. Quem a reergueu foi o governo popular.
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P-36 afundou como FHC afundava a PetrobraX |
A Petrobrás vale hoje QUATRO VEZES o que valia quando FHC deixou o poder. Saltou de R$ 54,45 bilhões para R$ 228,4 bilhões. Quatro vezes! E chegou a valer R$ R$ 380,28 bilhões, oito vezes o valor anterior! Aí vem a frase com a qual Eduardo Campos desconstrói todo o mérito do governo popular junto a Petrobras: "A empresa vale metade do que valia em 2010 e está quatro vezes mais endividada".
"Nossa!", se espantam os desentendidos, "deve estar mesmo a ponto da falência". O que Eduardo Campos não explica, nem o governo se dá o trabalho de esclarecer a população é que a baixa do valor das ações da empresa é fruto desse endividamento, e esse endividamento é feito para viabilizar a extração de R$ 20 trilhões (!) que está guardado abaixo da camada de sal, no oceano atlântico, próximo à costa brasileira em forma de petróleo da melhor espécie.
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Desde o "petróleo é nosso" que quem defende a Petrobras são as forças populares |
Mas, enfim, a Petrobras envolve um debate técnico que os jornalões poderiam confundir o cidadão. O que não dá pra entender, é o governo perder o debate sobre a Copa do Mundo no Brasil. A Copa tem sido apresentada pelos neoconservadores como uma das sete pragas do Egito nos atingindo, parece que a FIFA anda de país em país procurando quem aceite sediar o evento.
Há anos o Brasil vinha concorrendo para trazer a Copa pra cá de novo e logo depois de vencermos a concorrência, segundo o Datafolha, 79% da população era favorável, apenas 10% se opunha. A pesquisa mais recente mostra o placar bem mais apertado: 48% a 41%.
O que poderia ter feito o povo brasileiro se desgostar da ideia de sediar o mundial do esporte mais popular do país e do planeta?
A gritaria vem de vários lados, mas a principal é: O governo está gastando Copa do Mundo ao invés de gastar com "saúde e educação".
Vamos aos números.
Em 2003, quando Lula assume o governo, o orçamento do Ministério da Educação era R$ 19,1 bilhões.
Em 2014 o Congresso aprovou o orçamento com R$ 82,3 bilhões.
Em 2003, quando Lula assume o governo, o orçamento do Ministério da Saúde era R$ 44,6 bilhões.
Em 2014 o Congresso aprovou o orçamento comde R$ 106 bilhões.
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Brasil vence a concorrência sob aplauso nacional |
A Copa nunca diminuiu um centavo dos orçamentos da educação e da saúde, pelo contrário. A realização do evento no Brasil aquece a economia nacional, aumentando, portanto, a arrecadação, e, consequentemente, a capacidade de investimento em educação e saúde.
Outro sofisma é que esta é a Copa do Mundo mais cara da história por causa do valor "gasto" em estádios. Dos R$ 25 bilhões do orçamento plurianual (incomparável, portanto, com os dados anuais de educação e saúde) do evento, apenas R$ 8 bilhões são EMPRÉSTIMOS do BNDES para a construção e reforma das arenas que receberão os jogos.
O resto do orçamento é destinado a benfeitorias que ficarão como legado para a vida dos cidadãos como investimento em turismo, telecomunicações, segurança, portos, aeroportos e principalmente obras de mobilidade urbana, principal reivindicação que levou os jovens às ruas em julho do ano passado. E ainda assim o governo perde o debate.
Isso sem falar em qualquer questão de cunho político, emocional, de respeito internacional, ou vários outros fatores sociais e econômicos que envolvem o Brasil, numa mesma década, sediar a Copa do Mundo de futebol e as Olimpíadas. Dois atrasos, segundo nossa mídia tupiniquim.
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Esta é a década do Brasil no mundo |
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