Pular para o conteúdo principal

A disputa política (em Chapadinha)


Apesar do discurso fácil que coloca todos os problemas do mundo como culpa dos "políticos", como se houvesse uma classe de seres humanos separada do resto e a atividade política fosse exclusividade dela, é necessário analisarmos as questões de forma mais profunda para não acabarmos fazendo coro com as bravatas de quem se utiliza deste expediente para fazer prevalecer seus interesses, geralmente, nada republicanos.

A política não é suja, nem limpa. Ela é um instrumento que pode ser utilizada da forma que bem entender quem tiver o poder. Daí a importância da legítima disputa democrática de poder. E ao chegar a esta conclusão podemos dividir as questões centrais da disputa política em duas. Como alcançar o poder e para que alcançá-lo. 

Na democracia quem governa é a maioria. Ou seja, quem quiser obter o poder político que componha um grupo capaz de aglutinar mais da metade da sociedade em questão. E num país cuja principal marca é a diversidade, é praticamente impossível chegar a este patamar sem acumular contradições. Pense, caro leitor, nas suas convicções pessoais e políticas e imagine a formação de um grupo grande o suficiente para ter o apoio de mais da metade da sociedade e que concorde com todas essas suas convicções. Duvido.

Todavia, as contradições inerentes à disputa política não devem impedir a atuação se houver um propósito. Para vencer as eleições em 2002, o presidente Lula teve de se aliar a setores antes distantes. Sim, Lula, ex-líder sindicalista, escolheu um empresário, José Alencar, para o posto de vice na sua chapa, mesmo este tendo sido vaiado na convenção nacional do PT pela ala radical do partido. Sim, Lula contou com o apoio de Sarney e companhia, mesmo sendo adversários históricos. Tudo como parte da tática para vencer as eleições e aplicar no governo federal o modo petista de governar. O resultado está aí: um país em franco desenvolvimento econômico, com mais de 12 milhões de empregos formais gerados em 8 anos, com cerca de 30 milhões de brasileiros deixando a condição de miséria e um Estado respeitado em todo o mundo.


Não é que os fins justificam os meios, é que há de haver algum fim

Em Chapadinha a disputa eleitoral de aproxima sem ninguém dizer o que pretende fazer com o poder em mãos. O governo fala em continuidade após 12 anos no poder, a oposição se posa de indignada utilizando-se das mesmas práticas que diz condenar e uma terceira via, pelo que já disse no terceiro parágrafo, me parece hoje despropositada. 

É pra continuar o que? Mais importante, é pra mudar o que? Pra onde? Disputar por disputar, alcançar o poder pelo poder, votar por votar? Assim o povo acaba dando outra razão pelo seu voto e os candidatos ainda reclamarão dos eleitores.

Se querem enganar, que o façam direito. E não apenas se encondam atrás do discurso moralista que se encaixa na boca de qualquer Demóstenes. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BELEZINHA ASFALTOU ATÉ O CAMINHO PARA A REELEIÇÃO

Passada a eleição estadual, o único grupo vencedor em Chapadinha foi o que já ocupa a Prefeitura. O resto se dividiu entre sobreviventes, humilhados e aposentados. Após ter sido a candidata a deputada estadual mais votada da história do município em 2018, com 12.403 votos, Belezinha alargou o recorde com os 18.548 votos de Aluizio Santos, elegendo-o para o cargo e vendo os adversários absolutamente perdidos. Se na eleição anterior os demais grupos se dividiram em 8 candidaturas acima da faixa de 500 votos, somando 17.752, desta vez foram 11 candidaturas e apenas 15.109 votos. A pulverização e o desempenho fraco já demonstram que a oposição teria dificuldade de derrotar a prefeita mesmo se conseguisse uma improvável união para 2024. Entre os derrotados da eleição destacam-se os ex-prefeitos. Dr. Magno Bacelar passou pelo segundo constrangimento seguido (e desnecessário) sem conseguir mais do que 679 votos para Adriano Sarney e Isaías Fortes, que ficou aquém do prometido a Davi Bra

RECIBO: Após Onda Rosa, Belezinha parte para o ataque contra Thaiza

Se alguém tinha dúvida sobre incômodo da prefeita Belezinha com a candidatura da deputada Thaiza Hortegal, acabou hoje. Bastou passar a ressaca pelo sucesso da Onda Rosa que seus aliados inundaram os grupos de WhatsApp com um áudio editado do final do evento que parou a cidade. A preocupação não é pra menos. Seu candidato a deputado estadual tinha a ilusão que seria o único nome da cidade disputando os votos chapadinhense e contava com isso para conquistar uma das 42 vagas da Assembleia Legislativa. Em recente reunião com apoiadores, chegaram a afirmar que ele precisava sair do município com 20 mil votos! Se depender disso, os concorrentes do PL podem comemorar. A disputa em Chapadinha será acirrada e polarizada entre Thaiza e Aluízio. Ele disputa sua primeira eleição, ela já vem com o histórico de uma deputada de mandato. Foi a sétima mais votada do estado, com 51.895 espalhados em 213 dos 217 municípios. Essa disputa está só começando!

Thaiza Hortegal busca campus da UEMA para Chapadinha

O curso de Medicina em Pinheiro também começou assim. Na manhã desta segunda-feira (18), a deputada estadual Thaiza Hortegal (PDT) foi recebida na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) para dialogar com o reitor Gustavo Costa sobre a possibilidade de implantação de um polo da universidade no município de Chapadinha (MA). A visita é uma das ações da parlamentar na busca por viabilizar o projeto, cujo pontapé inicial foi dado com a proposição da Indicação nº 4583/2022 na Assembleia Legislativa.  "Pode parecer um projeto ambicioso, pois, como nos contou o reitor, ninguém nunca havia feito esse pedido antes, mas acredito que temos que sonhar grande e lutar para que isso se torne realidade. Conhecemos a região de Chapadinha e Baixo Parnaíba e sabemos que há demanda por educação superior nesses locais. Para que haja mais desenvolvimento, precisamos investir em capacitação", defende Dra. Thaiza.  Durante a reunião, o reitor explicou as etapas para a criação de um novo polo e, a p