
Além da política nacional, acompanho também a política de alguns estado em particular. Em especial a do Rio Grande do Norte. Por três motivos: É um estado com grande quantidade de lideranças nacionais, é o estado natal de minha esposa, é muito pitoresca.
Na última eleição municipal, o PT lançou, pela quarta vez consecutiva, o nome da deputada Fátima Bezerra na disputa pela prefeitura da capital, Natal. Fátima teve o apoio de um presidente bem avaliado, de uma governadora bem avaliada, de um prefeito bem avaliado, do então presidente do Senado Federal. Até o apoio da Globo, controlada nas terras potiguares pela família Alves, Fátima teve o apoio. Resultado: perdeu no primeiro turno para Micarla de Souza (PV), uma jovem dona/apresentadora de TV e filha de político, o já falecido ex-senador Carlos Alberto de Souza.
Micarla, é bom lembrar, tinha o apoio do senador José Agripino Maia (DEM). Portanto, esta e a eleição de Silvio Mendes (PSDB) em Teresina foram as duas únicas derrotas lulistas em capitais nordestinas no ano passado. O "tucano" João Castelo (PSDB), vale lembrar, se elegeu prefeito de São Luis com o slogan "Sou Lula, voto Castelo".
Para a eleição de outubro há dois postulantes ao cargo de governador já colocados na disputa. O vice-governador Iberê Ferreira (PSB) e a senadora Rosalba Ciarlini (DEM). Anunciam também a disposição de concorrer o deputado federal João Maia (PR), irmão do ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia, e o presidente da Assembléia Legislativa, Robinson Faria (PMN), pai do deputado federal Fábio Faria (PMN), pegador de apresentadoras de TV e enrolado no "escândalo da farra aérea".
Robinson, ex-aliado da governadora, deve apoiar a candidata de oposição, Rosalba, que lidera as pesquisas. Talvez seja até seu candidato a vice. A João Maia galtará fôlego para manter uma candidatura de terceira via e ele deverá permanecer no grupo de apoio de Wilma.
Porém, o interessante mesmo nestes dias da político potiguar é a disputa pelas vagas no Senado e a disputa interna no PMDB.
Na briga pelas duas vagas no Senador concorrerão três pesos pesados. A governadora em fim de segundo mandato, Wilma de Faria, e os dois fortes senadores, José Agripino Maia, líder do DEM, e Garibaldi Filho (foto), ex-presidente do Senado.
O líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, é Lula até debaixo d'água. Para não desagradar o presidente e manter aceso seu sonho de presidir a Câmara dos Deputados defende o alinhamento com a candidatura do campo lulista, isto é, a de Iberê. Seu primo senador, Garibaldi Filho, porém, já fechou acordo com Agripino Maia. Um apoiará o outro e ambos apoiarão Rosalba.
Confirmando este quadro, o PT, ao lado de Wilma pode lançar um candidato a senador também. Provavelmente, o ex-presidente do diretório estadual Geraldo Pinto ou o ex-vereador da capital Fernando Lucena.
Quais os motivos de Garibaldi?
A relação com Wilma é ruim. Em 2006, ele disputou acirradamente o governo do estado contra Wilma e perdeu. Em 2008, o senador e a governadora apoiaram Fátima Bezerra para prefeita de Natal e quebraram a cara.
A relação Rosalba é ótimo. Além da democrata ter sido eleita em 2006 apoiando-o para o governo, uma eleição sua para o governo do estado daria quatro anos de mandato no Senado para Garibaldo Alves, seu suplente e pai da Garibaldi Filho.
Foto: Agência Brasil
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