Pular para o conteúdo principal

Pequeno demais para dois


O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), em carta enviada ao presidente nacional do seu partido, senador Sérgio Guerra (PE), anunciou: "Deixo a partir deste momento a condição de pré-candidato do PSDB à Presidência da República".

Aécio não diz na carta que rumo tomará em 2010 e nem sequer cita o nome do governo de São Paulo, José Serra. Não houve, pelo menos na escrita da carta, nenhuma preocupação em demonstrar apoio à pré-candidatura remanescente.

O que se percebe nas entrelinhas da carta são críticas veladas ao oponente interno e a reafirmação da certeza que seu nome era o melhor: "Ao apresentar o meu nome, o fiz com a convicção, partilhada por vários companheiros, de que poderia contribuir para uma construção política diferente, com um perfil de alianças mais amplo do que aquele que se insinua no horizonte".

Apesar de agradecer à condução de Sérgio Guerra, Aécio deixou clara sua insatisfação com a não realização das prévias internas. "Defendi as préivas como importante processo de revitalização da noosa prática política. Não as realizamos, como propus, seja por dificuldades operacionais de um partido de dimensão nacional, seja pela legítima opção da direção partidária pela busca de outras formas de decisão". Só eu li o "legítima" com alto teor de sarcasmo?


Então tá definido?
Tá nada. O que o Serra vai fazer agora? Se assumir como candidato? Duvido. Não se assumindo abre espaço para Aécio, ouvindo "as roucas vozes das ruas" voltar pra disputar e se ganhar não vai ficar parecendo que só foi escolhido porque Serra não quis ser o candidato.

Antes de ser tucano, Aécio Neves é mineiro. E por isso mesmo, escrevem, não será vice de Serra. Ou só se serve pão de queijo no Palácio do Jaburu? Do golpe de 64 pra cá nós tivemos nove vice-presidentes da República, cinco eram mineiros (José Maria Alckmin, Pedro Aleixo, Aureliano Chaves, Itamar Franco e José de Alencar). Minas Gerais não aguentar mais ser um vice-estado, ainda mais vice de São Paulo, ainda mais vice do Serra.

Caminhos não faltam
Se Aécio voltar pra disputa, for escolhido candidato e ganhar, ótimo pra ele.

Se Aécio voltar pra disputa, for escolhido candidato e perder. Bem, virou o nome nacional do bloco PSDB-DEM e amplia forças com partidos do campo lulista. Será a maior liderança da direita brasileira.

Se Aécio voltar pra disputa e não for escolhido candidato, o Serra não vai ter 50 votos em Minas Gerais.

Se Aécio não voltar pra disputa e for candidato (eleito, é claro) a senador há dois cenários.

Serra não sendo eleito presidente, Aécio já começa a andar o país pensando em 2014.
Serra sendo eleito presidente, Aécio já começa a andar o país pensando em 2018, tempo não lhe falta.

Mas, punhemos a possibilidade de Aécio topar ser vice de Serra, como tanto quer a "Bolha de S. Paulo". O que diabos o neto de Tancredo ganharia com isso? Correriam a chance de perder, e se ganham eles estariam num cargo vazio e submetido ao Serra.

Aécio não é o Alckmin, não vai se subordinar a Serra e as chances do fernandista ser eleito presidente continuam caindo.

Quem aprendeu com Tancredo entende tudo de política.

Comentários

Eduardo Braga disse…
Itamar nasceu durante uma viagem marítima entre Salvador e Rio de Janeiro e acabou sendo registrado na Bahia.

O navio era um Ita. Por isso ele recebeu o nome de Itamar.

Mas Itamar fez carreira em Juiz de Fora (MG) e destacou-se pelos hábitos mineiros, inclusive o hábito de comer pão de queijo.
Kleber Vinicius disse…
Parabéns,

análise a qual concordo!

Se Aécio for candidato, ganha!
Gabriel disse…
Com Aécio fora, a disputa fica definivamente sem nenhum direitista. Será Dilma, Serra Ciro e Marina. Bom pra alguns, ruim para outros

Postagens mais visitadas deste blog

BELEZINHA ASFALTOU ATÉ O CAMINHO PARA A REELEIÇÃO

Passada a eleição estadual, o único grupo vencedor em Chapadinha foi o que já ocupa a Prefeitura. O resto se dividiu entre sobreviventes, humilhados e aposentados. Após ter sido a candidata a deputada estadual mais votada da história do município em 2018, com 12.403 votos, Belezinha alargou o recorde com os 18.548 votos de Aluizio Santos, elegendo-o para o cargo e vendo os adversários absolutamente perdidos. Se na eleição anterior os demais grupos se dividiram em 8 candidaturas acima da faixa de 500 votos, somando 17.752, desta vez foram 11 candidaturas e apenas 15.109 votos. A pulverização e o desempenho fraco já demonstram que a oposição teria dificuldade de derrotar a prefeita mesmo se conseguisse uma improvável união para 2024. Entre os derrotados da eleição destacam-se os ex-prefeitos. Dr. Magno Bacelar passou pelo segundo constrangimento seguido (e desnecessário) sem conseguir mais do que 679 votos para Adriano Sarney e Isaías Fortes, que ficou aquém do prometido a Davi Bra

RECIBO: Após Onda Rosa, Belezinha parte para o ataque contra Thaiza

Se alguém tinha dúvida sobre incômodo da prefeita Belezinha com a candidatura da deputada Thaiza Hortegal, acabou hoje. Bastou passar a ressaca pelo sucesso da Onda Rosa que seus aliados inundaram os grupos de WhatsApp com um áudio editado do final do evento que parou a cidade. A preocupação não é pra menos. Seu candidato a deputado estadual tinha a ilusão que seria o único nome da cidade disputando os votos chapadinhense e contava com isso para conquistar uma das 42 vagas da Assembleia Legislativa. Em recente reunião com apoiadores, chegaram a afirmar que ele precisava sair do município com 20 mil votos! Se depender disso, os concorrentes do PL podem comemorar. A disputa em Chapadinha será acirrada e polarizada entre Thaiza e Aluízio. Ele disputa sua primeira eleição, ela já vem com o histórico de uma deputada de mandato. Foi a sétima mais votada do estado, com 51.895 espalhados em 213 dos 217 municípios. Essa disputa está só começando!

ALUIZIO SANTOS FALA SOBRE SUA SAÚDE

O secretário Aluizio Santos concedeu entrevista ao programa Alerta Geral, apresentado pelo jornalista Luis Carlos Jr. na rádio Cultura de Chapadinha, nesta manhã (10) e tratou do assunto que já estava dominando as rodas de conversa da política local: seu estado de saúde. Segundo o relato, desde o mês de junho ele estava acompanhando o aumento de dois linfonodos na sua virilha e decidiu, com a equipe de médicos que o acompanha em Chapadinha, pela remoção cirúrgica de ambos. O procedimento aconteceu no dia 25 de outubro e desde então ele ficou em repouso. O diagnóstico conclusivo sobre o tratamento de saúde ao qual ele precisará se submeter deverá ser apresentado em 10 dias, mas Aluizio tem voltado às atividades políticas, inclusive às articulações da sua pré-candidatura a deputado estadual. Assista o vídeo da entrevista no final da matéria.   ENTENDA O QUADRO A íngua é o inchaço dos linfonodos, pequenos órgãos do sistema linfático que atuam na defesa do organismo humano prod